Dispersão e Peregrinação (Controlados)

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A Dispersão e a Peregrinação foram as primeiras fases da Primeira Guerra, ocorrendo imediatamente após a queda da Cidade Arcaica.

Dispersão[editar]

Cinco grupos deixaram a Cidade após a destruição causada pelo Yutsi Rubro. Um grupo foi para o Norte, seguindo por entre as Montanhas Iarna e Kor. Outro grupo foi para o Nordeste, estabelecendo-se na Floresta Al-u-bu. Um grupo foi para o Oeste, até o Rio Joss, e dele descendo em direção às Montanhas Daiarna e além. Um outro grupo foi para o Leste,  seguindo o curso do Rio Al-u-bu, e um último grupo seguiu para o Sudeste.

No detalhe, o mapa mostra o sentido da dispersão dos grupos fugidos da Cidade Arcaica na Primeira Guerra.

O grupo nordeste viria a formar os Al-u-bu-u-na; amedrontados com as possibilidades que a comunicação com a Rede de Luz poderia trazer, permaneceram em isolamento em relação aos outros até serem reencontrados mais tarde. Isso não impediu, contudo, que a Rede de Luz se alçasse aos céus no ponto mais alto comum aos grupos - sempre visível, sempre alcançável. Dessa forma, os grupos que desejaram manter contato conseguiram se comunicar.

Peregrinação[editar]

A situação dos grupos não era fácil. Encontravam-se nômades em terras desconhecidas; precisavam recomeçar tudo do zero. Como se não bastasse isso, o próprio clima político era de instabilidade - a desconfiança, afinal, imperou entre todos, e as trocas de luz diminuíram tanto quanto as próprias instâncias de decisão coletiva. No grupo do Norte as trocas de luz chegaram a ser proibidas, o que foi causa de acirrada contenda entre eles, além de disputado debate entre os outros. Sugeria-se a troca da conversa e da harmonia pela punição para tratar de transgressões - a sociedade da Primeira Aurora sofria erosões.

Algumas pessoas foram selecionadas para mediar as reuniões dos grupos através da Rede de Luz - descobririam, assim, como estavam os outros humanos e poderiam trocar informações. O instrumento permitiu uma certa consistência cultural (interrompendo, por exemplo, qualquer grande deriva linguística entre os grupos), além da formação de um vocabulário geográfico comum.

Fundação das primeiras cidades[editar]

A primeira cidade a ser fundada durante a fase de Peregrinação foi Kerlz-u-een. Posto avançado de defesa contra o Yutsi Rubro, inspirou a fundação subsequente de Enr-u-jir.

Os grupos do Leste e do Sudeste fundaram Al-u-een e Roun-u-joss a partir de uma perspectiva diferente: consideravam que não era possível (ou desejável) recuperar a Cidade Arcaica e que deveriam todos tentar viver da melhor forma possível - o que só aconteceria se fundassem cidades permanentes, pensando em construí-las bem; em suma, se fundassem cidades ao invés de grandes fortalezas. O debate sobre o verdadeiro objetivo dos lugares que estavam construindo foi conhecido como o dilema ou o debate do retorno.

O debate teve consequências práticas. Porções dos moradores de Kerlz-u-een decidiram avançar na peregrinação por Heelum (querendo construir uma moradia permanente, nos moldes de Al-u-een e Roun-u-joss) e fundaram Kor-u-een e Den-u-pra mais ao sul.

Em Enr-u-jir um fenômeno contrário se deu: o povo continuava firme na convicção de que a Cidade Arcaica deveria ser reconquistada. Consideravam, no entanto, o local em que estavam frágil demais - geograficamente aberto e desprotegido, constituía outra cidade que o Yutsi Rubro poderia destruir com facilidade. Grandes grupos do Norte dividiram-se, portanto, para encontrar o local ideal para desenvolver estratégias de recuperação da cidade antiga: um deles fundou Rirn-u-jir, e o outro, Al-u-tengo. A rivalidade em termos militarísticos logo se instalou entre as duas cidades.

Consequências da Peregrinação[editar]

Os humanos adquiriram um conhecimento sobre Heelum sem precedentes: havia novidades em tudo que se há para conhecer, e o conhecimento manteve-se tão organizado quanto compartilhado por causa da Rede de Luz. A cartografia foi particularmente impulsionada: havia um novo mundo por ser descoberto, e as cidades de Kor-u-een, Kerlz-u-een, Al-u-een e Enr-u-jir foram pioneiras na criação de mapas estimando a distância e a localização dos grupos humanos. Os mapas, contudo, ainda eram muito imprecisos e até mesmo diferentes, apesar da coerência de nomenclatura.

Al-u-een tornou-se conhecida por seu foco em escultura, arquitetura e política (liderando o debate do retorno). Al-u-een, Kor-u-een, Kerlz-u-een e Enr-u-jir tornaram-se as cidades da cartografia e do registro (história). Kor-u-een desenvolveu particular apreço pelo teatro, com dramatizações sobre a história do Yutsi Rubro, a expulsão da Cidade Arcaica e a peregrinação, além do próprio surgimento dos humanos.

Kerlz-u-een, além do registro e da cartografia, desenvolveu também a agricultura e a caça, adaptando-se às novas terras. O plantio foi aos poucos enfraquecendo o caráter militar original da cidade. O que não significa, contudo, que não houve também a criação de tecnologias em termos de armas: arcos e flechas com metal foram desenvolvidos para caçar Oniotos, as gigantescas aves da região. No ramo de tecnologias militares, no entanto, Kerlz-u-een fica atrás das conquistas de Al-u-tengo e Rirn-u-jir. Al-u-tengo não possuía jazidas metálicas nas imediações, mas desenvolveu um arco muito mais preciso e de melhor alcance que o de Kerlz-u-een (que era mais forte, entretanto, quando acertava o alvo, o que precisava ser feito de perto). Em Rirn-u-jir, contudo, desenvolveu-se um forte trabalho com metal (não apenas fruto dos conhecimentos de Kerlz-u-een, mas também em colaboração com eles), o que possibilitou a forja das primeiras armas metálicas (com lâminas).

Um episódio conhecido como a primeira viagem marcou a interação entre as cidades durante essa fase da Primeira Guerra. Al-u-tengo produzia excelentes arcos, mas gostaria de experimentar a arte com flechas com pontas de metal. Revela-se o início da vocação comercial de Enr-u-jir: orientados pela rede de luz, um grupo partiu de Enr-u-jir em direção a Rirn-u-jir. Chegando lá, levaram minério de ferro de volta à cidade, e de lá até Al-u-tengo. Foi a primeira grande interação presencial entre as cidades, uma cooperação considerada arriscada (considerando o perigo sempre iminente do Yutsi Rubro), um marco histórico para Heelum.

Den-u-pra, por sua vez, tornou-se uma cidade conhecida pelo apego particular às festas, que eram quase tão frequentes quanto as reuniões políticas - uma relação que era definitivamente diferente antes, e assim permanecia nas outras cidades. Além disso, Den-u-pra teve acesso a uma série de novas tinturas - foram pioneiros na diversificação das roupas.

Roun-u-joss, cidade majoritariamente tradicionalista, acompanhava as inovações tecnológicas das outras cidades com interesse. Embora não tivesse desenvolvido propriamente a cartografia e o registro, explorou a região de vastos campos ao redor das colinas nas quais estavam baseados, tendo sido a primeira cidade e construir barcos novamente, seguida por Al-u-een. O navio navegou o Rio Sudeste e desembocou no mar, e então fez o caminho de volta. Foi-se tornando assim, a cidade da navegação, ainda que principalmente fluvial.

Cada conhecimento específico foi transmitido pela rede da luz (e principalmente por causa do incentivo ativo desta) para os outros grupos, mas cada cidade manteve sua identidade ao se focar em poucas áreas do conhecimento. Uma mudança no quadro estável que começava a emergir foi provocada a partir da Nova Ameaça.

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