Pilares da conduta (Controlados)

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“Todo plano é um papel, ou um grupo de papeis, explicando o que a pessoa quer fazer, por que quer fazer, quais são os possíveis benefícios, quais são os possíveis prejuízos, e quais são os custos de se fazer cada coisa. E cada plano, por mais que se refira a outras pessoas ou outras coisas, sempre é representado por um projeto de construção de uma nova parte do próprio castelo.”

Barnabás fala a Amanda sobre os pilares da conduta no Capítulo 19 de A Guerra da União

Os pilares da conduta são um conjunto de técnicas preculgas que visam influenciar a percepção racional e consciente sobre uma situação, motivando ou desmotivando alguém a uma ação conforme o objetivo do mago. Ela se diferencia das técnicas bomins com o mesmo objetivo ao focar nas motivações racionais para as ações ao invés de vontades, instintos e emoções, que o sujeito controlado sente mas não processa de forma consciente.

Este conjunto de técnicas é assim chamado porque se concentra nas colunas dos castelos de Neborum, além dos planos que as pessoas guardam dentro de seus castelos.

Planos[editar]

Rascunho do autor ao planejar os pilares da conduta.

Para os preculgos, toda ação humana é voltada para um benefício: ou o benefício do próprio agente ou de um terceiro. Um plano surge de uma inclinação para uma ação, aliada a cálculos de benefícios, prejuízos e custos.

Em Neborum, planos são representados por papeis detalhando:

  • O que se deseja fazer;
  • Por que quer fazer o que quer fazer;
  • Quais são os possíveis benefícios do que se quer fazer;
  • Quais são os possíveis prejuízos do que se quer fazer; e
  • Quais são os possíveis custos do que se quer fazer.

Cada plano, contudo, é ao mesmo tempo a representação de um projeto de construção de algo no castelo, como uma nova sala, ou mais mobília. Os planos podem envolver também a destruição de uma parte do castelo ou de objetos dentro do castelo.

O processo de confecção de planos em geral é antes de tudo reflexivo: um mago não precisa transcrever em Neborum cada plano que tem - isso poderia significar, por exemplo, que não-magos não podem ter planos pois não podem escrever nada. Os planos surgem, onde são guardados, refletindo o pensamento das pessoas (e, nesse sentido, mudam também quando há mudanças em Heelum).

Assim como invadir o castelo de alguém não significa ganhar acesso a seus pensamentos, os planos que se originam do próprio dono do castelo são codificados de tal modo que apenas seu dono possa (talvez) lê-los. Ainda assim, é preciso treinamento para ler os próprios planos, e nem todos os magos desenvolvem as técnicas necessárias para tal - e, ainda, desenvolver uma técnica de leitura dos próprios planos não torna nenhum mago capaz de ler os planos de outrem. Essa é, aliás, uma das formas de "defesa" que os magos preculgos empregam contra outros preculgos: a revisão dos planos guardados em seus próprios castelos, separando aqueles que foram escritos por eles mesmos (com seu próprio "código") daqueles que estão perfeitamente "legíveis", e portanto foram "plantados" lá por outros magos.

Colunas[editar]

A manipulação de colunas são técnicas extremamente importantes para os preculgos. Foto por Marta Diarra (Flickr).

Se os planos, que podem estar em qualquer lugar do castelo, indicam uma revisão racional do plano de forma impessoal, as colunas representam uma avaliação das "chances de sucesso" do plano.

As colunas de fundamentação de um castelo, incluindo principalmente as dos porões e masmorras, representam (a depender de suas posições relativas) a propriedade do tempo e do espaço - ou seja, se é o "tempo certo" de executar um determinado plano, ou se é o "lugar certo" para executá-lo.

As demais colunas representam a preparação de si mesmo: se a pessoa está de alguma forma preparada para executar a ação. Isso está ligado ainda às chances de sucesso: tanto o tempo certo, o lugar certo e o momento pessoal certo está relacionado à ideia de que aquilo "vai dar certo" (em termos amplos) ou não.

Há ainda uma teoria geral quanto às torres de um castelo: que elas representam, por quantidade e altura, o orgulho de alguém. Não há consenso entre os preculgos, que também tratam das torres em técnicas não-relacionadas. Além disso, derrubar uma torre inteira, ou modificá-la, não é uma técnica sutil para ser executada com mais segurança, por exemplo, em outro mago.

Técnicas[editar]

O grupo de técnicas dos pilares da conduta se divide em dois: técnicas que manipulam planos e técnicas que manipulam as colunas.

A manipulação de planos não é tanto a manipulação, mas a criação, uma vez que adicionar páginas a textos incompreensíveis para o mago invasor é uma estratégia arriscada - não se sabe o conteúdo do plano original com exatidão, e assim incoerências de pensamento podem prejudicar a eficácia do plano (em termos de levar alguém a agir de uma forma ou outra). Incoerências podem também alertar iniciados para a presença de um mago em seus castelos, levando-os a ficarem mais desconfiados de suas atitudes (assim, as colunas que representam a "preparação de si mesmo", o "tempo" ou o "espaço" podem ficar mais frágeis ou de outra forma - simbolicamente, por exemplo - refletir essa mudança de pensamento).

Outra página do rascunho do autor sobre os pilares da conduta.

O ideal é, portanto, criar um novo plano. Isso ainda não é algo de todo sem riscos: a pessoa influenciada pode ter planos anteriores que conflitam com o novo, e os riscos são semelhantes aos da incoerência - alertar para a possibilidade de manipulação mágica ou ainda a sensação de que, sem saber o que fazer, não se deve fazer nada até entender o que é que se deseja afinal.

O uso das colunas, por outro lado, é menos arriscado e constitui a técnica mais efetiva, a curto prazo, para os preculgos. Muitas técnicas dos preculgos (incluindo a manipulação de planos) envolvem uma mudança gradual de pensamento, para não causar choque em quem é influenciado (no sentido de evitar que a pessoa se questione se está sendo controlada). Preculgos em geral preferem, ou são recomendados em sua educação para preferirem, estas técnicas graduais, que têm uma efetividade maior, mesmo que a longo prazo. A manipulação das colunas, especialmente para evitar que algo aconteça, é algo mais comum e representa um conjunto de técnicas que traz resultados mais rápidos e, especialmente no caso do tempo e do espaço, são ainda relativamente seguras e inconspícuas.

Se as colunas, por exemplo, forem derrubadas ou de alguma forma tornadas mais frágeis, a pessoa influenciada pensará que a ação que está tentando executar é imprópria (naquele momento, naquele lugar, etc). É possível também controlar, a partir de inscrições na coluna, a qual plano essa impropriedade se refere. Com a simples derrubada de uma coluna, as razões para a impropriedade serão criadas automaticamente, embora sem o controle do mago; essas razões podem acabar sendo inconsistentes, insignificantes, ou mesmo baseadas numa sensação vaga - para controlar quais seriam as razões da impropriedade, o mago deve inscrevê-las nas colunas, substituindo-as por versões mais fracas.

A fortificação das colunas já em lugar indicam pensamentos de propriedade, de modo a induzir alguém a razões (inscritíveis nas colunas) pelas quais uma determinada ação deveria ocorrer naquele momento ou espaço. Todas as modificações às colunas são desfeitas a partir de uma mudança de contexto, ou quando as razões são desacreditadas pela pessoa influenciada.

Simbolismo e aspectos práticos[editar]

A descrição da técnica é ao mesmo tempo uma descrição sobre como os próprios preculgos (que desde a origem apostaram que o mais importante é alterar o jeito como as pessoas pensam) entendem a motivação humana. Uma motivação, e um processo de pensamento, que se resume a uma série de cálculos paralelos.

O fato de que os planos não podem ser facilmente lidos não se trata apenas da coerência da narrativa, uma vez que as pessoas não conseguem "ler os pensamentos" de outrem ao invadir mentes. Trata-se também do fato de que não só é difícil saber o que as outras pessoas querem e o que elas entendem por benefícios, prejuízos, custos, etc (e como os valorizam), mas também é difícil para alguém ler suas próprias vontades. Não é simples, por exemplo, entender as motivações que nos levam a agir em determinadas situações; é uma questão complexa que se os magos pudessem resolver ao simplesmente ler seus planos, eles teriam uma autoconsciência tão elevada que sua maneira de ver o mundo possivelmente seria bem diferente - muito mais próxima, por exemplo, a monges budistas que investem muito tempo de sua vida na meditação, cujo objetivo parcial é o autoconhecimento.

Outro aspecto que liga o conhecimento dos preculgos a sua prática é o fato de que, por exemplo, para exacerbar os prejuízos que alguém terá ao executar um plano, eles devem escrever um plano específico sobre a ação, construir a parte do castelo que o plano diz que será construída, e então destruir o que foi construído para incitar a imaginação da pessoa influenciada em relação aos possíveis deméritos do plano. Todo esse trabalho implica a maestria que todo preculgo deve ter dos instrumentos, o que leva à forma como eles abrem as portas (criando chaves específicas) e como lutam (com armas).