Lista de técnicas dos espólicos (Controlados)

De Wiki Petercast
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Todas as técnicas mágicas executadas pelos espólicos são bastante similares, obedecendo ao padrão de que se tratam do controle dos corpos dos controlados. Assim, este artigo tratará menos das ocasiões em que tais técnicas foram usadas, mas na progressão em que um espólico aprende a dominá-las.

Um tipo diferente de técnica

Ao contrário dos bomins e dos preculgos, um espólico não aprende um conjunto de instruções (uma "técnica") com vistas a obter um efeito nas mentes dos influenciados. Aprende a produzir um ataque mágico escuro a partir do gárgol, e o utiliza principalmente em dois contextos:

  • Fortalecimento do próprio corpo: como o espólico não precisa fazer técnicas, não se importa com a manipulação de elementos ou de ferramentas, e por isso não perde tempo aprendendo a fazê-las e utilizá-las em Neborum. Ou seja: ao lutar, utiliza seu próprio corpo. Como isso é obviamente uma desvantagem em relação a correntes de fogo ou lâminas afiadas, um espólico deve ser capaz de infundir a magia negra em partes do corpo a ponto de torná-las extremamente resistentes, duras, transformando (por exemplo) braços e pernas em eficientes armas de ataque e defesa.
  • Dominação de outros iaumos: ao infundir a magia negra em outros corpos, domina-os quando os cobre por completo e os retém, gerando uma conexão de submissão do iaumo dominado em relação ao comando consciente do iaumo espólico.

Sendo assim, o que um espólico é capaz de fazer com a magia negra vai depender de sua concentração, esforço, e experiência (para melhor lidar com os dois primeiros). À medida que vai praticando e exercendo seu domínio sobre outros iaumos, um espólico é capaz de fazer mais, a partir dos seguintes níveis comuns:

Controles sobre o governável

O primeiro tipo de coisa que um espólico deve ser capaz de fazer com outro iaumo é o controle grosso sobre o governável. O "governável" é qualquer iaumo de uma pessoa que não tem um objetivo claro e forte; se uma pessoa não tem muito o que fazer, ou até tem, mas não sente algo forte em relação a isso, está em uma situação em que é "governável". O espólico iniciante prova seu valor ao dominar tal iaumo e conseguir realizar movimentos genéricos com ele. Esses movimentos serão amplos, nada sutis, e suscetíveis a movimentos ainda escolhidos pelo dominado (um controle grosso). Isso porque um espólico, ao dominar alguém, cria uma conexão em que recebe um fluxo de "dados" sobre a pessoa dominada (não se trata de informação; a palavra "dados" é apenas uma analogia para que se possa entender). Esse fluxo de dados é ainda incompreensível para o iniciante; dominar alguém é reordenar esses dados de modo a obter a movimentação que se deseja. Como o iniciante não sabe como reordená-los, não consegue fazer nada muito útil. À medida que o espólico se acostuma a esse fluxo, e compara fluxos de diferentes pessoas, vai percebendo padrões e entendendo algumas consequências de reordenações comuns. Assim ele pode chegar ao controle médio sobre o governável, que envolve duas coisas: em primeiro lugar, a capacidade de parar completamente o controlado. Um espólico iniciante se concentra em apenas parte dos dados, e por isso (por exemplo) enquanto faz os braços do controlado se moverem, não percebe que ele ainda tem controle sobre suas pernas e decidiu fazer algo com elas. O controle médio, portanto, implica a capacidade de visualizar a totalidade do fluxo, e ordená-lo de tal modo que o corpo inteiro do controlado seja de fato controlado ao mesmo tempo. Essa tarefa é extremamente complexa, já que um movimento simples como um piscar de olhos ou levantar de sobrancelhas é difícil de detectar como uma reordenação do fluxo. Em segundo lugar, em contraparte e sequência lógica à "parada completa", o espólico deve ser capaz de mover todos os principais membros ao mesmo tempo. A passagem do controle grosso ao controle médio do governável é longa e difícil para a maioria dos aprendizes, e é essa dificuldade que por tanto tempo inibiu a emergência dos espólicos como tradição mágica: o gárgol não cria uma conexão tão forte quanto a magia negra, e portanto não torna o fluxo tão transparente, nem tão susceptível à reordenação por parte do mago controlador; mas, mesmo quando isso é tornado possível, ainda é uma tarefa muito complexa. O controle fino sobre o governável é alcançado quando, ao invés de nenhum movimentou ou muitos movimentos simultâneos, o espólico é capaz de realizar movimentos "cirúrgicos", extremamente pequenos e sutis, mostrando assim total domínio sobre o fluxo de um governável.

Controles sobre o rebelde

O rebelde, em oposição ao governável, é aquele que tem uma vontade forte no momento da dominação. Obviamente é raro que alguém queira ser controlado, mas isso é parte do problema: no momento em que alguém é controlado por um espólico e percebe que está sendo controlado, tende a focar toda sua energia em querer o contrário do que é obrigado a fazer, e essa contrariedade é previsível; é com isso que contam os espólicos para estabilizar o fluxo de dados que são capazes de manipular. Por exemplo: se um espólico obriga alguém a sentar-se numa cadeira, a pessoa que está se sentindo compelida a isso tenta resistir ao ato: ela passa a se concentrar em não sentar-se na cadeira. Isso, no entanto, não é o suficiente. Para oferecer real resistência a um espólico, é preciso querer não apenas o contrário, mas algo completamente diferente. No exemplo, a pessoa controlada vai oferecer maior resistência se ela se concentrar em ficar de pé, ou correr até a porta, ou fazer qualquer outra coisa que não seja sentar na cadeira ou não sentar na cadeira. Essa vontade (que precisa ser forte) em relação a outro objetivo confunde o fluxo estabelecido pela magia escura e torna o trabalho de dominação mais difícil. O espólico deve então aprender a fazer um controle grosso sobre esse rebelde, com os mesmos critérios dos governáveis estabelecendo o que seria um controle médio sobre o rebelde e um controle fino sobre o rebelde.

Controles abstratos

Após ter um controle fino sobre o rebelde, o espólico em geral já conhece uma série de reordenações do fluxo e consegue realizá-las rapidamente. Ao encadear tantas reordenações, e aprender como fazer o corpo controlado interagir com coordenadas no espaço e objetos reais, o espólico então aprende a realizar "controles abstratos"; ou seja, ao invés de controlar cada passo que a pessoa deve realizar até se sentar em um sofá do outro lado da sala, um espólico pode simplesmente pensar no "ato de sentar" e no sofá em questão, e a partir dessa ordem vaga e relativamente imprecisa o controlado fará o que se deseja. Há dois problemas gerais com essa forma de controle: em primeiro lugar, ao fazer com que o espólico se foque apenas no conjunto de reordenações necessárias para fazer a movimentação geral proposta, perde-se controle sobre as minúcias do corpo - permitindo, assim, que a pessoa controlada reganhe poder sobre as partes do corpo que não estão sendo utilizadas para essa movimentação. Ao final do Volume I, Caterina é capaz de comunicar a Kerinu que está sendo controlada por um espólico a partir de um movimento do dedo, provavelmente pré-combinado entre os alorfos há bastante tempo: como o espólico provavelmente deu maior importância para o controle abstrato "fazê-la se sentar no sofá", deixou de controlar minuciosamente (fazer um controle fino) de seus dedos da mão. O segundo problema é que, apesar disso, até aqui o espólico ainda precisa fazer contato visual com o sujeito controlado a fim de poder movimentá-lo.

Controles remotos

A técnica do controle remoto significa aprender a movimentar um corpo controlado a distância; muita informação ainda é necessária, como a posição do controlado dentro de um espaço (que também deve ser conhecido). Para além disso, chega-se a uma capacidade simultaneamente fácil e difícil para um espólico.

Agência a partir do conhecimento

Um espólico, em geral, tem duas grandes limitações: em primeiro lugar, não consegue interromper o movimento de alguém a tal ponto que a faça morrer por falta de ar - via de regra, o espólico estabelece uma relação similar à da hipnose, sugerindo coisas para que a pessoa faça; os níveis de dificuldade dessa tarefa é que algumas pessoas estão num estado de sugestividade maior (os governáveis), e algumas sugestões são mais simples ou compreensíveis que outras. Sendo assim, como o corpo humano não consegue levar a si mesmo a interromper a respiração, um espólico tampouco consegue fazer com que alguém faça isso. Em segundo lugar, o espólico não consegue forçar ninguém a falar a verdade sobre algo. Ao controlar a garganta, as cordas vocais, a boca, pode produzir o som que quiser; em suma, um espólico pode fazer alguém dizer "1 2 3 4 5", mas se essa for realmente a senha e o espólico não souber dela, não pode fazer alguém dizê-la ao comandar que ele simplesmente revele a senha. Mesmo assim, apesar de a fala ser um território notoriamente fora do alcance dos espólicos, estes ainda podem fazer com que alguém aja de acordo com seu conhecimento. Isto é uma forma específica de controle abstrato, e pode também ser remoto sem prejuízo. No Volume I, Monji executa esse tipo de técnica em Kenner: Monji não sabe onde estão as cartas, mas Kenner tem esse conhecimento. Monji controla Kenner para que este queime as cartas. Como Monji vai direcionar o corpo de Kenner para pegá-las, se ele não sabe onde elas estão? Monji não precisa saber disso. Simplesmente pensa num controle como "pegue as cartas..." e Kenner vai executar a ação de acordo com seu conhecimento. Contudo, se Monji tivesse tentado forçar Kenner a dizer onde as cartas estavam, ele não obtiveria êxito. E se forçasse Kenner a pegar as cartas, mas Kenner não soubesse onde elas estão, ele simplesmente não seria forçado a nada e teria seus movimentos praticamente livres até que Monji os reordenasse deliberadamente mais uma vez. Na verdade, a própria fraqueza do reordenamento poderia fazer com que a ligação se quebrasse (especialmente se Kenner fosse um rebelde nessa situação). A relação entre a agência a partir do conhecimento e o contexto é complexa: por um lado, esse tipo de ordem pode ser extremamente dependente de conhecimento espacial e ser bastante difícil de ser executada (uma ordem muito específica e complexa pode enfraquecer a conexão, como veremos adiante). Por outro, uma ordem muito genérica e independente de contexto espacial pode ser inclusive mais fácil que o controle grosso um governável, desde que a reordenação básica seja conhecida e concentrada. No Volume II, vários espólicos são utilizados na Batalha da Cidade Arcaica para comandar guerreiros do Exército do Conselho dos Magos que não estavam dispostos a lutar utilizando Esferas de Bronze. Nem todos os espólicos, certamente, eram capazes regularmente desse tipo de técnica. Mas como a tarefa provavelmente veio na forma de uma reordenação básica que foi compartilhada entre todos, e era genérica o bastante ("matar inimigos"), funcionou com certa eficácia - antes mesmo da batalha pode-se inferir que nem todos os guerreiros estão sendo controlados como o necessário, e depois da batalha afirma-se que muitos guerreiros fugiram durante a batalha.

Controle durante a inconsciência

O último poder que um espólico pode almejar ter é o poder de acordar: em suma, é o controle exercido sobre um iaumo de alguém que dorme. Em geral, um espólico inexperiente não consegue fazer com que alguém acorde, embora possa influenciar seus sentimentos ou pensamentos caso seja um bomin ou preculgo. Um excelente espólico conseguiria acordar alguém a partir de sua força de vontade.

A quebra da magia

Todas as técnicas se baseiam na conexão estabelecida entre os iaumos a partir da magia escura. Essa conexão pode ser facilmente quebrada por qualquer ataque físico, mas também pela própria força de vontade do dominado (sendo ele mago ou não). Em ambos os casos (magos e não-magos) o jeito mais "ativo" de quebrar a conexão é oferecer-lhe resistência a partir de uma vontade divergente daquela que está sendo proposta pelo espólico (como discutido acima). No caso dos magos, que sabem que estão sendo controlados, até mesmo uma resistência menor pode ser capaz de quebrar a conexão caso a reordenação não seja clara o bastante (controles abstratos ou remotos que sejam frágeis, inconsistentes, e não sejam capazes de manter a força da relação de dominação).