Projeto Anne Frank (Minicurso LEFIS)

Produzido por um dos alunos do curso: Diário de Anne Frank ou o Filme Holocausto trabalhei com os alunos do Ensino Médio em 2014, foi muito bom teve participação em massa de cada turma. Um tema que chamou muita atenção em sala de aula. Me recordo que eles ficavam ansiosos para saber o que iria acontecer no filme. Ao termino do filme dei algumas tarefas.

Objetivos

    1. O assassinato de milhões de judeus nos campos de extermínio criados pelos nazistas pela perspectiva de uma adolescente, que o testemunhou e foi vitimada por ele;
    2. Esclarecer que a história não é um processo mecânico, regido exclusivamente por causas políticas e econômicas. Ela também tem uma dimensão humana e dramática, que não deve ser esquecida.

Estratégia

O ideal seria que os alunos fizessem uma leitura integral do “Diário de Anne Frank”. Caso isso não seja possível, convém selecionar apenas alguns trechos para leitura em sala de aula. A leitura desses trechos pode ser feita tanto nas aulas de Sociologia quanto nas aulas de Língua Portuguesa (pelo valor literário da obra em si).

Atividades

    1. Após o termino do filme sugeri questões para discussão em sala de aula:
      • Você arriscaria sua vida para ajudar a esconder pessoas que estivessem sendo vítimas de uma perseguição injusta?
      • Você aceitaria correr os riscos a que se submeteram os cidadãos não-judeus que ajudaram a esconder judeus dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial?

Trata-se de questões éticas que nos fazem lembrar que muitas vezes a coisa mais certa a fazer é também a mais difícil. Incentivar os alunos a colocarem-se no lugar do outro, especialmente daqueles que são vítimas do preconceito, de injustiças e da violência é uma forma de promover valores como a solidariedade e a tolerância.

    1. Outra atividade que pode ser feita é através do diário, propor que, seguindo o exemplo de Anne Frank, os alunos escrevam sobre violências ou injustiças que eles próprios testemunharam. Para evitar constrangimentos, explicar aos alunos que esses depoimentos por escrito podem ser anônimos.
    2. Outro tipo de atividade que sugeri aos alunos que adaptem o “Diário de Anne Frank” para uma peça de teatro. Trata-se de uma atividade que pode envolver toda a classe. Nesse caso, dividir a classe em grupos, cada um incumbido de uma tarefa específica: um grupo ficou encarregado de adaptar o texto, outro de fazer os cenários, outro de interpretar as personagens e assim por diante.

Meu feedback

Excelente! Eu amo o Diário de Anne Frank e acho que é um projeto fascinante.

Minhas sugestões são duas:

    1. Talvez inserir um debate anterior à leitura, conforme conversamos no primeiro encontro. É verdade que o diário é relativamente famoso, e o assunto tende a puxar interesse. Mas mesmo assim, acho interessante que os alunos possam discutir os tópicos – por exemplo, as perguntas que você se colocou ali que seriam feitas depois da leitura, só que antes da leitura.
    2. Creio também que embora o debate que você faça seja excelente, ele é mais temático que conceitual. A discussão ainda é boa, mas eu sugeriria pensadores que escreveram coisas relacionadas ao holocausto – por exemplo:
      • Escola de Frankfurt – todo mundo estuda eles no ensino médio por causa da droga da indústria cultural, mas eles têm uma discussão profunda sobre racionalidade, iluminismo, técnica, modernidade etc que é muitas vezes ignorada por ser de difícil acesso… A leitura sobre esse tema pode ajudar a tornar mais fácil a apresentação desses conceitos.
      • Hannah Arendt – a exposição dela sobre a banalidade do mal e a natureza do totalitarismo é uma brilhante tese que merece ser discutida com rigor.
    3. Naturalmente, uma coisa que poderia ser trabalhada após a leitura – talvez como curiosidade… Mas também bastante ligada mais à língua portuguesa que à sociologia – é se o diário pode ser considerado ficção ou não… Em que sentido ele seria uma ficção.

Adorei as atividades no final!